terça-feira, 12 de janeiro de 2016


Já tem bastante tempo que não escrevo aqui, mas agradeço os feedbacks recebidos :-)
Dezembro foi um mês bastante atribulado e com muitas descobertas das tradições natalinas britânicas.
Vamos a algumas.
1) Christmas Jumpers
É tradição aqui usar esses suéteres natalinos durante o mês de dezembro. A regra em geral é que quanto mais ridículo, melhor. Tem até alguns com luzes e musiquinhas. Não, esse ano eu não comprei um. Mas quem sabe ano que vem.

2) Crackers

Cracker é esse negócio que minha amiga está segurando na foto. Tem o formato de um bombonzão mas não é de comer. A ideia é a seguinte: cada um puxa de um lado e ele vai explodir (explode mesmo, tem um tiquinho de pólvora nele e faz barulho rs), sendo que só uma pessoa fica com o "bombom" em si que na verdade é um tubo de papelão com brindes dentro. Acontece que os brindes são quase sempre a mesma coisa: algum brinquedinho de plástico bem fajutinho, uma coroinha de papel como essa que estamos usando na foto, e um papelzinho com alguma piada de adivinhação muito sem graça e que normalmente é bem difícil para nós estrangeiros pegarmos o sentido. É, os brindes não são grande coisa mas é divertido brincar e ver as tosquices que têm dentro :P

3)Mince Pies

Mince pies são tortinhas doces (muito doces) recheadas com doce de frutas secas. São gostosas porém podem ser muito enjoativas dada a quantidade de açúcar que contém. Mas todo, todo evento natalino por aqui tem que ter mince pies. Obrigatoriamente. E geralmente, elas vêm acompanhadas do próximo item:

4) Mulled Wine


meu favorito! O mulled wine é uma espécie de quentão, um vinho quente "temperado" com especiarias como canela, cravo, e laranja. É muito gostoso e perfeito pra beber no frio :-)

Bom, acho que essas são as principais coisas. Sem contar que aqui é comum ainda as pessoas usarem árvores de natal de verdade - mas isso está diminuindo por conta da preocupação ambiental geral de que não é legal ter todo esse espaço de produção de árvores que levam anos pra crescer e depois serem cortadas, usadas por um mês e jogadas fora. Um pouco desperdício, convenhamos.

E aqui não é comum ter panetone, muito menos rabanada.

Minha ceia de Natal foi feita às 5.30 da tarde (mas aqui, até que já é um bom horário pra comer. os british costumam jantar por volta das 6), porque às 10 eu ia pra estação de trem pegar o último trem pra Newcastle, onde passaria a noite pra no dia seguinte pegar o vôo pra Estocolmo.
Até que a ceia ficou bem bonitinha! Comprei um "Roast" vegetariano - uma espécie de chester, sei lá, na verdade tem o formato de um "presunto" desses de Natal - mas a textura lembra mais uma carne de ave. O gosto era um defumado gostoso e enchi de batatas, cebolas, pimentões e tomate em volta e foi assado no forno. Ficou surpreendentemente bom! Complementado com alguns queijos natalinos, alguns molhinhos e sobremesas: mini panetones, amêndoas confeitadas, gingerbreads.
Foi uma ótima ceia :-)



quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Winter is coming. E mais comida, pra variar.

O frio está chegando com tudo aqui pelo Nordeste. Para esse fim de semana já temos previsão de chegar a 0 graus. Mas geralmente a sensação térmica já tem sido abaixo de zero (de acordo com sites de meteorologia que acompanho). Aqui é uma região que venta muito, e o vento é gelado e cortante.

Recentemente aconteceu por aqui o evento Lumiére, que é como uma exposição majoritariamente a céu aberto de arte feita com luzes, projeções, enfim, efeitos luminosos em geral. É uma ideia muito legal e combina muito com a cidade. As projeções psicodélicas e super hi-tech feitas nas paredes e torres da catedral e do castelo estavam fantásticas. Ao todo foram 29 "obras" espalhadas pelo centro da cidade. Muitas pessoas vieram de fora especialmente para o evento, foi legal ver a cidade cheia, bem movimentada. Eu fui no dia da abertura, mas vi pouca coisa - choveu muito, estava frio, e eu cansada. Voltei no último dia e vi o restante das atrações principais. O tempo estava um pouco melhor e foi mais prazeroso caminhar pela cidade.

Falando em chuva, revivendo e aprendendo... como eu já tinha notado em Portugal, os dias de chuva tem a vantagem de nao serem tão frios. Hoje fez um dia relativamente bonito, com bastante sol pro normal daqui, e uma noite bonita de ceu estrelado e lua brilhante - porém, está uma super friaca daquelas. Como vi que provavelmente não choveria saí com um tênis baixinho de lona roxo que comprei na Primark por míseros 3 pounds. Durante o dia foi muito bom ficar com ele, mas na caminhada de volta pra casa, cheguei com os pés meio anestesiados de frio. Ok, acho que vou ter que desistir do meu tênis bonitinho pelos próximos dois meses pelo menos :/

Continuo na exploração das comidas novas, estranhas, e gostosas. Dia desses fui na Iceland (um supermercado que vende, principalmente, comida congelada) e achei na promoção um pacote de cubos de "frango" vegetariano congelado. É um "flango" feito com uma tal de mycoprotein (proteína de fungos). Nunca gostei muito de flango, mas aquilo me pareceu bastante bizarro e resolvi comprar. Descongelei e refoguei com cebola, temperos e um tiquinho de polpa de tomate. Olha, o negócio é bem estranho, porque realmente parece frango - o gosto não é tão forte, mas a textura, é esquisita, lembra muito uma carne mesmo. Então fiquei um pouco com nojo, pois carne de frango me dá um certo nojo, mas é psicológico, então me forcei a comer, e já tem 3 dias que ainda estou comendo esse refogado que fiz rs (mas variei os acompanhamentos e acrescentei/mudei temperos). Aí vai uma foto do meu fake-flango (nesse dia, meu prato estava meio sem graça nas cores, hehe, mas bem saudável).
Sei que minha amiga provou um pedaço e me olhou com cara de espanto perguntando se eu tinha certeza que aquilo não era de carne animal. :-) Resultado, ela por motivos de dieta e economia, comprou um pacote também e resolveu ser semi-vegetariana por um tempo. Rs.
Esta mesma amiga me fez preparar os famosos e deliciosos hamburgueres de casca de banana. Foi sucesso total. Complementado com o sorvete de banana feito com as ditas cujas congeladas. Com pedaços de chocolate pra dar mais alegria. Uma maravilha:
E quem reclama da comida britânica, é porque não conhece os prazeres de se fazer compras e preparar comida em casa! Sim, é tudo de bom, porque a comida aqui nos supermercados mais pop é bem barata. Tanto que me dou ao luxo de vez em quando ir nos mais chiques pra comprar algo especial, tipo, um chocolate mais refinado :P ou uma quinua orgânica da vida. Rsrs.
O que nos falta aqui? Por exemplo.... Polvilho! Mas existe fécula de batata e com ela se pode fazer o milagre do pão de queijo, conforme já pesquisei na internet :-) Então o dia que me der na telha, farei sim pão de queijo com fécula de batata! (y)

E para terminar, vou parar de divagar sobre comida e escrever sobre minha nova e querida descoberta: as charity shops. São brechós de caridade de organizações como exército da salvação, british heart foundation, instituto de câncer e não sei mais o que. Enfim. Esses brechós são a melhor coisa da vida. Eu não pretendia comprar mais roupa, mas foi impossível resistir, porque eles tem coisas absurdamente baratas. Casacos em super bom estado por 5, 6 pounds. Blusas por 2 pounds. Sapatos, bolsas, cachecóis, tudo. Saí da loja com dois casacos e uma jaqueta de chuva. Já estou querendo voltar, pois ainda não entrei em todas rs. Na rua da rodoviária, acho que tem umas 4 ou 5 dessas lojas. Bem que no Brasil podia ter mais disso, pois normalmente quando você encontra um brechó ou ele só tem porcaria, ou então, tem coisas legais mais super ultra caras porque são daqueles brechós chiques e vintage e não sei o que. Bom, aqui na Inglaterra os brechós são bons e justos! Quando fui a Londres eu comprei um kilt feminino num brechó em Camden Town, mas não era desses de caridade - que mal conheci e agora já considero pra caramba :-D 

Fico por aqui e pensarei mais assuntos para escrever sobre que não sejam só comida. Mas tá difícil, porque estou o tempo todo pensando em comida, em coisas pra cozinhar, no planejamento do almoço que vou levar pra comer no trabalho... e minha housemate também está assim nessa sintonia, e querendo fazer dieta, então estamos sempre discutindo cardápios e comparando nossas compras e nos orgulhando de nossas escolhas saudáveis, tudo gira em torno de alimentos rs... acho que é culpa do frio... frio nos deixa com vontade de comer, comer comer :)








sábado, 7 de novembro de 2015

Descobertas culinárias da semana - comiiiida \o/

Estou sempre rindo com minha housemate catalã (de Barcelona), do fato que nunca conseguimos parar de comprar coisas e estamos sempre indo ao supermercado. É que tem muitas coisas novas e estranhas a explorar e simplesmente não podemos evitar...

Uma coisa que eu já gostava no Brasil, mas que por lá não ficou assim tão popular, é o tal do salted caramel. Caramelo salgado. Aqui tem montes de coisas com isso, e as que testei até agora foram super aprovadas: Chá verde, chocolate e cookies. Sim. O melhor desses é o chocolate... um néctar! Rs. Ah, ainda tem um tipo de queijo norueguês que a menina aqui de casa ganhou de uns amigos, é, bem, um queijo mas um queijo com gosto de caramelo, entende? E é gostoso pra caramba, é o que posso comentar!

Também testei meu primeiro congelado vegetariano - aqui tem muitos, também tem "frios" vegetarianos, um monte de coisa mesmo. Eu comprei "camarões" vegetarianos empanados - assinados por um participante sul-africano do MasterChef :o) Não parece nada com camarão, tem uma textura meio de nuggets de frango, mas é bem temperadinho e eu gostei. Já comprei também ums hambúrgueres "mexican style" e estou doida pra experimentar as salsichas, calabresas e outras coisas que vi, hehehe. É mais por curiosidade mesmo, afinal acho que nem a versão veg destas coisas seja assim uma fonte de salubridade não, e sendo industrializado, a gente já sabe o que geralmente vem né... um monte de coisa esquisita que não podemos pronunciar e não fazemos ideia do que seja, corantes, conservantes... mas pra mim é tudo novidade então deixa eu ser feliz. Hehehe
Aqui vai uma foto do meu prato com os "camarões" + arroz integral e azeitonas... improvisação dos meus primeiros dias quando ainda não tinha muitos ingredientes a disposição, rs.


Ontem fui a um jantar de panquecas (é algo bem comum de se fazer, tipo, a pessoa que convida faz as panquecas/crepes e os convidados trazem os recheios). Éramos em cinco, de diferentes nacionalidades... eu estava sem muita ideia do que levar e também sem tempo de preparar algo mais elaborado, e aí me veio a luz... brigadeiro de colher! Comprei leite condensado (que não é super comum por aqui, tem só o da Nestlé mesmo e fica escondidinho nas prateleiras) e um chocolate em barra culinário (não achei em pó, mas era tarde e fui num supermercado pequeno), cheguei na casa da amiga e fui pro fogão. Deu bem certo com o chocolate, e a espanhola que estava lá simplesmente amou e não conseguia parar de comer :P 

Aqui as pessoas em geral não se alimentam bem. Outro dia, estava no "salão comunal" (huahua) da biologia e almoçando com o pessoal todo do meu lab. Eu e a chinesa éramos as únicas com marmita e comida de verdade. Todos os outros tinham levado sanduíches, e os britânicos mesmo, tem o kit: sanduíche e um ou dois pacotes de batata chips. Eles realmente amam chips. Eu até posso comer sanduba no almoço, e já fiz muito isso na faculdade, mas olha, não era todo dias, além disso eles já são todos bem adultos e sabem que tem que comer bem! Eu não entendo como podem rs. No outro dia, o holandês almoçou uns 3 sanduíches de 1 fatia de queijo com maçã - isso mesmo, maçã - fatiada. Tipo, a combinação até me parece boa e eu comeria isso, haha, mas não pra almoço. Se bem que, uma amiga holandesa já tinha me falado que lá, normalmente eles só comem isso mesmo durante o dia. É, cada cultura com seus hábitos :-) (mas que os ingleses comem meio mal, isso comem!)

...mas... comidas de pub podem ser boas às vezes :)

Segunda-feira passada fui a um pub com o pessoal do lab. Pelo que vi, muitos pubs aqui tem uma happy hour onde até as 7 PM eles servem alguma opção de comida mais barata. No caso desse que fui, tem pizzas a £4 e naquele dia havia também um festival de hambúrgueres, sendo dois por £10. E a coisa legal daqui é que todos os lugares tem alguma opção vegetariana - incluindo os hambúrgueres \o/
Também nessa semana fui a um outro pub famoso no centro, e dessa vez a promoção de happy hour era que se você pedisse hambúrguer, a bebida saía mais barata. Pedi um hamburguer lacto-vegetariano, com coisas que não sei exatamente o que eram (beringelas e coisas assim, acho) e um queijo chamado halloumi, que eu não conhecia, mas é de origem cipriota (meu nível de cultura não me permitiu saber/lembrar o que era isso, mas bem, é uma etnia grega e esse queijo é popular na Grécia, portanto, rs). Mas o melhor de tudo foram as batas que vinham acompanhando; eu pedi pra trocar por batata doce. Geeeente, o que era aquilo! A batata doce daqui é diferente, e o sabor também, e ela fica muito boa frita *_* 

pois é, com tanta comida parece que vou sair daqui rolando.... só que não.
além de caminhar MUITO pela cidade, eu estou me aproveitando das student societies pra fazer atividade física, e depois em outro post explico mais sobre como isso funciona, porque eu achei excelente!

E agora fico por aqui pois estamos cuidando do jantar (às 18h, rs) e depois iremos ver a queima de fogos da Bonfire Night (....V de vingança.. Remember remeber the 5th of November? ;))






domingo, 1 de novembro de 2015

Late induction week...

Não sei se é só aqui em Durham ou em toda a Inglaterra, mas eles amam as tais inductions. São tipo as palestras/aulas introdutórias, oportunidades em que eles explicam (às vezes com pormenores demais) como as coisas funcionam e tudo mais. Eu, como cheguei atrasada, perdi tudo. Mas como meu orientador é também o coordenador da pós, ele mesmo é quem faz algumas das inductions, portanto, ele fez a "palestra" para mim na sala dele e me fez percorrer todos os labs para fazer a induction de procedimentos de segurança e tal. Tive que assinar todas as páginas de um catálogo enorme, cada uma contendo informações sobre determinado tipo de reagente, substância ou treco que potencialmente se usam no lab, com os riscos associados a cada um eles (cancerígeno, tóxico, queimaduras, só coisa legal hehe). Bom, eu já conheço essas coisas e acho que qualquer doutorando que chegue num laboratório já tem que ter uma mínima noção que não pode sair brincando com ácido acético por aí haha, mas enfim, são formalidades né. E isso também mostra o como eles são (aparentemente) preocupados e organizados com tudo aqui.
Essa semana soube que a universidade aprovou dar uma graninha para meu projeto. Considerando o câmbio atual, até que é um bom dinheiro pra eu usar no meu trabalho de campo! Só preciso arranjar um pouquinho mais aqui e ali pra ter certeza que será tudo viável mesmo. Não vou dizer que a universidade é "boazinha" em me dar esse dinheiro pois acho que é uma troca  justa, afinal o governo brasileiro está gastando uma quantia muito maior pagando todas as taxas altíssimas que eles cobram aqui pelo programa de doutorado. Digamos que é o mínimo que eles poderiam fazer financeiramente falando, hehehe.
Bom, eu ainda tenho algumas burocracias a fazer, um monte de formulários da pós para preencher e também alguns documentos, como o formulário de registro médico, para entregar no meu college. College, pra quem não sabe, são como as "casas" dos livros do Harry Potter. Cada universidade tem vários colleges e quando você entra, você tem que se associar a alguma delas. Você pode tanto escolher como deixar que algum chapéu seletor por aí escolha pra você, hehehe! Foi o meu caso, mas eu já sabia que provavelmente cairia no Ustinov, que é o único college exclusivo para pós-graduandos. O college além de servir como secretaria e ter algumas funções burocráticas, também serve de moradia (paga) para quem quiser, e costuma ter bibliotecas, refeitórios ou cozinhas, um espaço comum (igualzinho no Harry Potter né? hahaha), e outras estruturas como academia, lavanderia, auditórios... e eles também promovem atividades, esportes, tem times e equipes de remo (rowing), etc, e também tem bares e festas! Esse fim de semana, fui à festa de Halloween do meu college. Aqui é tudo sempre esquisito, as coisas começam cedo e pontualmente, e  às 2a.m. elas fecham, assim é também com bares e qualquer lugar do tipo na rua. Bom... na Inglaterra, eles celebram halloween de verdade, e você vê um monte de gente fantasiada na rua, e as pessoas realmente se produzem para as festas, as crianças também...é interessante. Eu só não vi nenhuma criancinha pedindo trick or treat, e ainda bem que não vieram me pedir porque eu não tenho NADA e ia me ferrar com as travessuras :o)
Ontem fui a  Newcastle, é a cidade maior mais próxima e onde os habitantes de Durham vão fazer compras rs... Durham é pequena e não tem muitas lojas com preços bons, e como eu e as meninas precisávamos comprar coisas, resolvemos ir lá e ficar perdidas na Primark (loja enorme mto barata)... Newcastle é bem pertinho, coisa de meia hora de trem. Eu não sou muito consumista, realmente só comprei coisas que necessitava, mas uma das meninas que foi voltou com duas sacolas enooormes. Depois da gastação de libras, me convidaram para ir numa casa de chá bem famosa da cidade, que tem vários tipos de chás pretos, verdes e oolong... me senti muito fina, tomando um chazinho das cinco! Hehehe! Mas na verdade, essa casa de chá é muito frequentada por estudantes da universidade de lá, que ficam por ali conversando, as vezes fazendo trabalhos em grupo... eles também tem uma parte onde fazem projeção de filmes e as pessoas podem sentar no chão, numas almofadas, ou seja, é um negócio bem moderninho! Não imaginem como um lugar com aquelas senhoras da aristocracia britânica segurando a xícara com o dedinho levantado não... hahaha.

Hoje consegui ver um dia inteirinho de sol. Infelizmente ele não costuma brilhar tanto por aqui, ainda mais nessa época. Mas hoje fez um dia realmente muito agradável. Até almoçamos no quintal pra aproveitar o solzinho gostoso (sim, eu tenho um quintal fofinho, todo gramado e com uma roseira que está com 2 rosinhas rsrs). Porém, assim que escureceu esfriou pra caramba. Fui numa prática de yoga e meditação num college aqui perto e sofri um pouco, pois a sala estava super fria e como eu achei que a aula teria mais asanas (posturas) eu fui só com uma blusa fina de manga comprida e uma legging, e tirei as meias. Mas ficamos parados a maior parte do tempo, eram poucos movimentos e foi um desafio relaxar e me concentrar sentindo frio :/. Na rua tive que vir quase saltitando, pois a temperatura caiu muito. Essa é a desvantagem dos dias não-chuvosos... acho que fica mais frio mesmo.

FOOD NOTES \o/
-Hoje fiz tapioca para uma das minhas housemates, e ela adorou. Acho engraçado a cara dos estrangeiros quando vêem a "mágica" da tapioca, rs, uma farinha branca que se torna uma espécie de panqueca.... eu adoro apresentá-la para eles. Falando nisso, descobri que numa banquinha do mercado vende tapioca e fiquei muito feliz da vida - eu adoooouro tapioca!
-Fui em dois diferentes "sacolões" e achei muitas coisas interessantes. Um deles tinha muuuitos tipos de cogumelos, incluindo aqueles grandões maravilhosos que dá pra fazer recheados no forno. E como e já esperava, baratos! Uhuuul! Já comi umas 3x essa semana. Comprei e comi couve-de-bruxelas que eu também adoro e comia muito em Portugal. Também vende coco seco e um coco fresco esquisito que vem sem a casca verde o_0 um dia vou comprar pra ver qual é a desse coco rs. Também tem muita variedade de frutas exóticas e outras coisas esquisitas que não conheço. Comprei estas cenouras divertidas, pequenininhas e de cores diferentes.. hahaha:
-aqui é bem comum encontrar coisas bizarras nos mercados, principalmente em lojas como Poundland (onde tudo custa 1 pound - um dia tenho que fazer um post com um tour numa loja destas, pois há coisas divertidas mesmo. Não chega a ser como as lojas chinesas de Portugal, mas ocupa o nicho destas hehe) - no fim de semana, compramos um pacote de uma pipoca doce verde. O legal é que não tinha corantes artificiais (era colorida com clorofila) e não é que o negócio era gostoso? 











quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Cheguei!!!

Depois de algo em torno de 27 horas de viagem (RJ -SP Congonhas-SP Guarulhos-Londres-
Newcastle-Durham) cheguei na terra de tia Beth.
Felizmente cheguei logo em casa, onde minhas divertidas housemates internacionais (2 Malasianas, uma espanhola e uma chinesa) me receberam com muitos sorrisos e informações..., e comida!
A casa é confortável e limpinha com jardim numa vizinhança tranquila 15 min a pé da universidade, que em breve, espero eu, se transformarão em uns 5 minutinhos de bicicleta.
Hoje fui bater perna atrás de resolver burocracias da imigração e da universidade. Fui muito bem guiada e auxiliada pela minha housemate Fatimah, da Malásia. Fui recebida com bastante chuva nesse primeiro dia. Não achei muito frio, ou sou eu que estou mais resistente ao frio, mas enfim, a temperatura deve ter girado em torno dos 12-14º e agora nesse momento diz que está 9º.
Já peguei (depois de alguma burocracia e vais-e-voltas) meu lindo cartão de residência assim como meu lindíssimo cartão de estudante da universidade - que, vejam só, traz várias vantagens! Com esse cartão, além do acesso às dependências da uni (como a moderníssima biblioteca que depois devo tirar fotos) eu tenho desconto em lojas, passe livre em alguns ônibus e desconto em outros, desconto no trem... "Boa tarde senhora, já possui cartão Durham?!" Hehehe.
Já realizei um dos meus desejos sobre o qual sempre fico curiosa quando chego nos lugares que é... conhecer supermercado! Hahaha, isso mesmo, eu adoro. Isso porque de lá vem a comida, e sem comida não se vive, e eu amo comida e cozinhar. Morro de saudade do Pingo Doce, lá de Portugal. Também morro de saudade do mercado municipal lá de Tefé, com aquele monte de banana, frutas amazônicas, açaí, farinha e aquela bagunça toda. Acordar cedo e ir lá comprar meus suprimentos da semana era uma alegria sem tamanho. O chato é que quando a gente vai pra um lugar novo, de início fica sentindo falta de um monte de coisas que vc podia comprar antes. Aí vc se acostuma com as coisas novas que têm disponíveis. De repente vc vai embora e aí fica sentindo falta dessas coisas novas também. Que triste ciclo, hehe.
Mas enfim, fui ao Tesco (acho que já tinha ido nesse mercado quando tive em Londres, mas não me lembrava) e comprei algumas poucas coisas, não queria levar muito pois ainda não tenho um armário na cozinha pra guardar as coisas e também porque o supermercado não é pertinho. Aliás, as meninas normalmente pedem muita coisa online em vez de ir até lá - com exceção de frutas, verduras e tal que é sempre melhor escolher. Outra vantagem é que podemos pedir de mercados mais baratos como o Lidl (que eu também a-do-ro! Esse é mega barato mesmo). Isso é bem comum por aqui e a ideia nao me agrada muito, mas andar toda carregada de sacola como uma mucama (como diria minha amiga, hehe) aí pela chuva também não é uma ideia muito atrativa.
Fiquei feliz pois aqui tem uma boa variedade de leites vegetais a preços bem justos! De aveia, côco, amêndoas, a menos de 2 beths (já que o povo gosta de falar dilmas em vez de reais, resolvi falar beths em vez de pounds, pois eu nao tenho o símbolo do pound aqui no teclado.).  Também tem iogurte vegano de côco! E a maioria dos produtos avisa se é ou não suitable for vegetarians.
Engraçado que as meninas malasianas seguem alimentação halal (são islâmicas), que tem bastante restrição principalmente com carne de porco, não podem nem usar utensílios onde tenha encostado porco. Daí acho que elas pensaram que sou veg por algum motivo religioso também e ficam me perguntando as vezes "ah, mas isso vc pode? vc só não pode assim, ou pode assado? O leite vem da vaca, você consome coisas da vaca?" etc... hehehe. Mas eu não me dei ainda ao trabalho de explicar, melhor assim, até posso usar a panela delas  e usar a mesma esponja de louça, já que não cozinho nada de carne ! :-) convivência com estrangeiros... recomendo! :oP
Ah, já sei que uma das minhas housemates (a espanhola) também curte uma montanhada, e quem sabe qualquer hora não vamos bater perna pelos parques daqui... queremos ir ao Lake District!

Enfim. Próximos passos por aqui...fazer meu registro na polícia ¬¬, abrir uma conta no banco, me registrar em algum centro de saúde.
Burocracias almost over,fiquei até impressionada de ter conseguido fazer um monte de coisa em apenas uma tarde. Espero que as próximas tb sejam tranquilas.
Por hoje é só! ;)









quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Almost there... Visto Tier 4 pronto



Faltam menos de duas semanas. Tive que adiar minha ida em um mês devido ao atraso no ATAS. Todo mundo pergunta se estou ansiosa, se estou animada.
Gostaria de dar uma resposta mais normal, tipo... "sim, tô super empolgada, não vejo a hora!" :P  :) Mas a verdade é que nem uma coisa nem outra, por enquanto, estou só em modo automático correndo atrás do que falta e com uma angústiazinha por dentro... Mas faz parte do processo.
Tirar o visto não foi nada complicado. Infelizmente foi caro pra caramba, pois agora quem tira visto pro Reino Unido tem que pagar também uma taxa do NHS (o SUS de lá) e quanto mais tempo vc irá ficar, mais cara sai a taxa. Mas, vejamos como um investimento né, fazer o que? A documentação que você entrega no Visa Application Center não é nada bem especificada, mas basicamente, depois de algumas pesquisas eu cheguei à conclusão que precisaria apenas do que estava mencionado no meu documento CAS (um email da universidade chamado Confirmation of Acceptance of Studies - que é ESSENCIAL pra vc tirar o visto) além das outras coisas que eles informaram por email para eu levar no dia. Então foi:

-o email com a confirmação do agendamento da entrada no visto
-o formulário enorme do visto, assinado
-o CAS
- o ATAS (é , aquele bendito que eu tava esperando chegar e que deu erro e atrasou tudo)
-o certificado do IELTS (que estava mencionado no CAS)
-meu diploma do mestrado + sua tradução juramentada
-meu histórico do mestrado, que por felicidade eu já tinha em inglês (em Portugal a Uni me deu esse tal de Diploma Supplement, histórico já oficial da uni em inglês válido na Europa toda.)
-meu diploma de graduação + sua tradução juramentada (em teoria não precisava disso, MAS, como eu já tinha feito a tradução pra mandar pra universidade, achei que não custava nada incluir isso também).
-a carta de benefícios do CNPq em inglês explicando que eles vão me dar a graninha e cobrir todas as taxas da universidade. Tive que pedir que o CNPq me enviasse por correio, porque senão eles mandam só uma versão digital, assinada digitalmente... e eu fiquei com medo dessa não servir.
-o passaporte... né? rsrs

No dia, após entregar isso tudo, tirar foto, pegar minhas impressões digitais, me chamaram pra uma salinha fechada onde eu faria uma entrevista por skype (em inglês né). Oi? Eu não esperava por essa. Sabia que podia acontecer, mas nos relatos que lia por aí ninguém tinha sido entrevistado... Pelo visto, eles estão mesmo apertando o cerco contra nós. Mas por sorte a entrevista foi tranquila, foi uma moça que fez, ela me perguntou coisas como porque eu decidi estudar lá, onde eu tinha estudado antes, onde eu ia morar, o que eu queria fazer depois, blá,bláblá. As vezes eu não entendia e pedia pra ela repetir, falei que o fone tava meio ruim (hahaha), no final ela ainda pediu pra eu confirmar se tinha entendido as perguntas dela e eu falei que sim, e tchau.
Em 8 dias meu visto saiu. Na verdade é meu Entry clearance, que vale até dia 29 de outubro só. Pois é, eu tomei um susto quando vi isso, mas depois lembrei que ao chegar lá ainda preciso fazer um registro na polícia pra daí sim poder ter minha tal permissão de residência, pelo tempo todo do meu doutorado. Quanta burocracia, ai ai! E eu que "adoro" essas coisas.... Acho que depois dessa nunca mais vou querer ir pro Reino Unido, rs.




terça-feira, 1 de setembro de 2015

O projeto.

E hoje vou começar a postar sobre algo que, ironicamente, acho dificílimo de escrever sobre. Meu projeto de pesquisa.
Isso mesmo! É difícil escrever sobre o que vou estudar nos próximos quatro anos.

- Mas... você não teve que escrever um projeto pra ganhar essa bolsa de doutorado, incluindo uma versão em inglês e tudo?

Tive sim, mas uma coisa é escrever praticamente no automático seguindo o roteirinho científico ou o roteirinho me-ajuda-por-favor pra pedir financiamentos... outra coisa é escrever no meu blog, onde eu escrevo do meu jeito... hm... natural e relaxado de ser. J
Mas acho importantíssimo escrever aqui o que afinal eu vou fazer por todo este tempo com o apoio de tantas fontes financeiras nacionais e internacionais (cof cof.. leve exagero), para que quem entre aqui tenha ao menos uma ideia, né?
A historinha é a seguinte. No meu mestrado, eu fiz um trabalho lindo do qual sou mega-orgulhosa, porque fui teimosa determinada pra caramba em escolher e seguir em frente com um tema com o qual eu não tinha grande familiaridade, e ainda por cima não saberia se conseguiria juntar dados suficientes pra responder minhas perguntas. Mas era tipo um sonho, desde que comecei a ler alguns artigos na graduação, estudar sobre o parentesco entre os animais, relacionando isso com suas interações sociais e sua organização no espaço. E eu fui firme na decisão, e aos pouquinhos, juntando uma amostra aqui uma amostra ali, e passando muitas noites congelando no campo, batendo cabeça pra aprender mais sobre genética e análises de parentesco, lutando com programas de SIG e estatística, o trabalho saiu e ficou lindo, já tá publicado em revista boa e todo mundo elogiou (ganhei até prêmiozinho, gente ^_^).
Depois fui ser “pesquisadora de ariranhas” J e seguir por um caminho bem diferente, mas essa história de misturar genética, ecologia e conservação nunca deixou de me interessar! E durante o tempo que passei na Amazônia, fui pensando em várias possíveis ideias e perguntas nesse contexto que eu pudesse trabalhar ali ( a floresta inspira, e muito!) .  Até que ano passado, tomei a decisão de voltar pra vida acadêmica – vide post anterior (poxa, ela deve gostar de sofrer né?); e finalmente pus no papel minhas ideias e achei um orientador que é “o cara” nessa área e se interessou por elas.
Então, tirando fora meus gostos e interesses pessoais – que existem né, não posso ser hipócrita! – minha “missão” geral nesse projeto é contribuir um pouquinho mais no conhecimento de como estão atualmente nossas populações de ariranhas e lontras no meio da amazônia brasileira – usando as duas como um caso de estudo cujos resultados podem servir para “dar uma luz” acerca de outras espécies de vertebrados que vivam pelos rios da bacia amazônica, servir como base para medidas de gestão/conservação de espécies de água doce, planejamento de unidades de conservação e tal.
Estas duas criaturinhas, além de serem bichinhos muito fofos que eu amo de paixão, são importantes elementos da cadeia alimentar, já que são predadoras – estão no topo da cadeia, comem principalmente peixes – e sua presença é considerada importante para o equilíbrio dos escossistemas aquáticos. Fora isso, convenhamos, quem é que não gosta da idéia de saber que existem estes bichos incríveis saracoteando por aí, nos nossos rios lindos brasileiros? Devia ser motivo de orgulho nacional.

Obs: essa não é nenhuma das minhas duas espécies de estudo, mas achei o vídeo engraçado e elas são todas parecidas. Rsrs

Enfim, voltando ao assunto.. a Amazônia é um local muito inóspito e difícil de se trabalhar. E todos já sabemos do tanto de ameaças as quais esse bioma está sujeito. Contudo ele ainda é um importante “refúgio” para as ariranhas, lontras e muitas muitas outras espécies. As ariranhas, em particular, são bichos que foram quase dizimados no passado devido ao comércio de suas peles. Antigamente, elas podiam ser encontradas até na Mata Atlântica (quando a pobre coitada também não era devastada).. hoje em dia o que sobrou delas têm conseguido se recuperar justamente no Pantanal e na Floresta Amazônica, que pelas suas maiores dimensões, abriga uma parcela importante de populações da espécie – e para que ela continue a se recuperar nesse mundo louco, temos que avaliar como estão as populações e ser realistas para tentar avaliar como elas poderão lidar e se dar bem (ou não) com as inevitáveis transformações do habitat causadas pelo nosso infeliz “progresso”. A genética de populações é uma grande aliada nessa missão! Mas como falei, a Amazônia é inóspita e há muito pouca informação sobre a diversidade genética desses bichinhos por lá. Meu desafio  (de novo!!! porque eu só invento coisa difícil?!) vai ser juntar muitas amostrinhas de diferentes locais da bacia amazônia para tentar ter um panorama da situação. Ver como as populações estão conectadas, e daí ter uma noção de como os bichos dispersam; ver se a caça causou alguma perda de diversidade genética nas ariranhas (pouca diversidade é ruim na natureza...  lembram da história de casamento entre parentes? Pois é...); comparar as diferenças entre lontras e ariranhas, pois elas têm diferentes padrões de socialidade e isso pode influenciar e muito nos padrões e estrutura genética.. enfim.. se eu começar a detalhar muito, não consigo manter uma linguagem simples LTenho que me treinar mais.
Isso pra dizer em poucas palavras, mas é claro que o projeto vai envolver muito mais coisa. Coisas que eu ainda nem entendo direito, aliás! Para isso vou para a Inglaterra, aprender... rsrs. Mas acho que já consegui transmitir um pouquinho do que será esse peso nas costas desafio com o qual quebrarei a cabeça pelos próximos tempos em nome da conservação da nossa linda natureza.
E pra quem não vê ainda muito motivo ou acha esquisito essa história de conservar e ser “defensor da natureza”, eu adoro recomendar esse textinho aqui http://www.oeco.org.br/fernando-fernandez/19894-por-que-conservar-a-natureza-afinal/. E podem assistir Dersu Uzala, esse filme é muito bom mesmo!